terça-feira, 14 de agosto de 2012

Rodolfo Amoedo

Rodolfo Amoedo - Ateliê do Artista em Paris (1883)


Aquarela sobre cartão que ele pintou em Paris. Retrata o Ateliê do Artista, onde ele viveu de 1879 a 1887. Mede 56,8 x 77 cm.


Rodolfo Amoedo foi quem abriu novas janelas no ensino e na estética ensinada na Escola Nacional de Belas Artes. Como professor, incentivava seus alunos a pesquisar os mais diversos processos de pintura: têmpera, encáustica, aquarela. Estimulava-os a pesquisar temas menos idealizados e revitalizar, com ideias novas, as correntes neoclássicas e românticas que predominavam entre nós.


Ele não deixava de ser um eterno admirador do clássico, mas queria marcar sua época. Por isso, muitas vezes foi chamado de ambíguo.

O crítico Tadeu Chiarelli disse que "Amoedo surge indeciso entre o papel de herdeiro do academicismo local e aquele de introdutor do realismo burguês (...) curiosamente o artista consegue transformar o seu realismo inicial no único herdeiro possível e intransigente da arte tradicional no país, única sentinela eficaz contra os avanços das vanguardas vindas da Europa".

A influência do ambiente acadêmico francês se faz notar tanto em suas concepções estéticas quanto pedagógicas. Seu trabalho se afasta do tom triunfante da pintura oficial da Academia, procurando um tratamento mais discreto, objetivo, que o distancie dos temas que eram verdadeiros mitos.

Passou a discordar dos métodos da antiga AIBA e junto com os irmãos Henrique Bernardelli (1858 - 1936) e Rodolfo Bernardelli (1852 - 1931), Souza Lobo e Zeferino Costa, funda o Ateliê Livre, espaço paralelo de ensino e trabalho de arte, onde os artistas procuram chamar a atenção para a defasagem do ensino acadêmico. Propõem uma modernização curricular, tendo como modelo a célebre Académie Julian, onde ele estudara em Paris.

Se como pintor despertava polêmica, no entanto foi muitas vezes premiado nas Exposições Gerais de Belas Artes (destacando-se a medalha de ouro na Exposição Comemorativa do Centenário da Abertura dos Portos, RJ, 1908, e a medalha de honra na Exposição Geral de 1917), como professor foi sempre admirado e seus cursos muito procurados.

Acervo do Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, RJ